o gato sonhador ö
o gato
angorá
já não
quer caçar
fica
o dia inteiro
de pernas
pro ar
esperando
que a vida
lhe sirva
um atum
inocência
anjinhos pelados
no varal do arco-íris
dependuram suas asas
e tomam sol
cabritando
a bicicleta do menino
é mais que poesia
quando "cabrita" faz lindo
na gravidade se fia
desafiando a vontade
do outro menino que espia
o brio da brincadeira
sem eira mais que devia
na beira do encantado
da bicicleta tão viva
coisa de doido
quando o menino
chegou no céu
(nem tinha feito dez anos)
ele ficou encantado:
são pedro de pé quadrado
saltitava de muleta
(que nem um capeta)
corria atrás dos anjos
saudade
saudade
é que nem passarinho
que fugiu da gaiola
a gente
só sente
o seu canto
aventura
o BATMAN
angorá
já não
quer caçar
fica
o dia inteiro
de pernas
pro ar
esperando
que a vida
lhe sirva
um atum
inocência
anjinhos pelados
no varal do arco-íris
dependuram suas asas
e tomam sol
cabritando
a bicicleta do menino
é mais que poesia
quando "cabrita" faz lindo
na gravidade se fia
desafiando a vontade
do outro menino que espia
o brio da brincadeira
sem eira mais que devia
na beira do encantado
da bicicleta tão viva
coisa de doido
quando o menino
chegou no céu
(nem tinha feito dez anos)
ele ficou encantado:
são pedro de pé quadrado
saltitava de muleta
(que nem um capeta)
corria atrás dos anjos
saudade
saudade
é que nem passarinho
que fugiu da gaiola
a gente
só sente
o seu canto
aventura
o BATMAN

deu um sopapo
no vento
super star
liberto da gaiola
passarinho virou anjo
com pouco tempo no céu
aprendeu a tocar banjo
e montou com gabriel
o mais famoso arcanjo
um conjunto de jazz
gripe
o sol amanheceu morno
sem vontade de raiar
atrás da montanha
no vento
super star
liberto da gaiola
passarinho virou anjo
com pouco tempo no céu
aprendeu a tocar banjo
e montou com gabriel
o mais famoso arcanjo
um conjunto de jazz
gripe
o sol amanheceu morno
sem vontade de raiar
atrás da montanha

começou a espirrar
dá pra acreditar?
o bicho papão
assustou de montão
e tá com dor de barriga
- intriga da oposição
faz tempo que o coitado
não assusta nadinha
com medo da minhoca
o cuco
o que mais
me encuca
é o cuco
lelé da cuca
do relógio
que o dia
inteiro
de hora
em hora
a toda hora
sai pra fora
da gaiola
do tempo
só pra marcar
e nunca quis
em hora alguma
no céu aprontar
o seu voar
saudade
meu tempo
tem dois ponteiros
um marca seis
outro quatro
como brincam
esses ponteiros
bagunçando
pelo espaço
meu tempo
tem dois ponteiros
uma marca seis
outro quatro
no mostrador
do meu peito
esses ponteiros
me fartam
coração de menino
coração de menino
é um desejo secreto
baú de surpresas
repleto de invenções
- - - - - - - - - - - - - - -
que esse H
minúsculo da História
fique com os grandes
que esse e
maiúsculo da estória
fique comigo
era uma vez
quando penso nessas coisas
velejo pela memória
vou sonhando
de vagar ...
dois tempos
em cima da mesa
o sol é um ovo
ninando seus raios
por dentro da casca
quebrado no chão
o ovo é um sol
molhado de brilho
por fora da casca
perdido
tô perdido
que nem tal passarinho
na gaiola do tempo
- num pio nada!
leilão das coisas
quem dá mais
por um periquito
de bico dourado
e asas de vento
quem dá mais
por uma borboleta
cheia de tretas
colorida de cores
quem dá mais
por um jasmim
só no jardim
inventando coisas
quem dá mais
por um papagaio
com raios de luz
e rabo de sol
quem dá mais
por uma nuvem
nuinha de cores
e de formas tão raras
quem dá mais
por um regato
recatado num canto
e de águas azuis
quem dá mais
pelo papel em branco
cheio de encantos
e de poesia sedento
papagaio no céu
papagaio no céu
pegou carona no vento
e no seu doce contento
saltitou feliz no sol
papagaio no céu
brincou de ser criança
comeu tanto algodão-doce
que encheu a pança de nuvens
papagaio no céu
ficou tão encantado
que se inventou de cometa
pra na noite ser notado
coisa de (in)vento
o vento vinha ventando
brincando de ventania
assoviava e sorria
muito mais do que devia
e feito menino de rua
que na pelada se fia
s'enrolava na poeira
redemoinhos fazia
tentação
o capetinha (coitado)
já não pode descansar
faz tempo que o tadinho
não dorme
tá vermelho prá daná
um bando de anjinhos
(atentados)
só vivem a aprontar
na porta do inferno
(baderna)
cantoria sem parar
batucam samba nas nuvens
ruflam asas pelo ar
lua branca
a lua branca
no céu
arma o seu tecido
de uma leveza
que parece flutuar
é tão clara
que chega
a ser transparente
que dá pra gente
ver são jorge cavalgar
a lua branca
no espaço
é tão formosa
é que nem rosa
desabrochando no ar
é tão redonda
que até
parece um queijo
que da vontade
da gente beliscar
globalização
o mundo que era grandão
ficou bem pitititinho:
se chover no meu quintal
o mundo molha todinho
papagaio
menino na rua
com vento de agosto
da gosto de ver:
cabeça no céu
além do infinito
futrica papel
dor de dente
o rato foi ao dentista
pra dor de dente parar
chegando lá o coitado
mal podia falar
a boca estava inchada
dava dó de espiar
- abra a boca seu ratinho
vamos ver o que quê há
o dentista cheio de cuidados
começou a trabalhar
depois de muito tempo
pôde então se observar
um caroço de azeitona
um bitelo pra daná
estava preso no dente
garradinho no molar
infância
a poeira da rua
o pé na bola
o quintal do vizinho
a goiaba roubada
a água do rio
o corpo molhado
papagaios no vento
liberdade tramada
um fio de sonho
lembrança tecida
passado de infância
lamento perdido
saudade no peito
soluço pingado
menino no tempo
a alma partida
são joão
no céu estrelado
a lua vaidosa
se enfeita bonita
com um broche
dourada
na terra iluminada
a fogueira sapeca
estalando madeira
se faz infinita
chama
saudade
a saudade é um menino
perdido na vida do vento
feito papagaio antigo
que não encontrando abrigo
dá piruetas no tempo
e quando chega agosto
os olhos no seu contento
espiam além da linha
no horizonte do invento
só pra ser criança
dá pra acreditar?
o bicho papão
assustou de montão
e tá com dor de barriga
- intriga da oposição
faz tempo que o coitado
não assusta nadinha
com medo da minhoca
o cuco
o que mais
me encuca
é o cuco
lelé da cuca
do relógio
que o dia
inteiro
de hora
em hora
a toda hora
sai pra fora
da gaiola
do tempo
só pra marcar
e nunca quis
em hora alguma
no céu aprontar
o seu voar
saudade
meu tempo
tem dois ponteiros
um marca seis
outro quatro
como brincam
esses ponteiros
bagunçando
pelo espaço
meu tempo
tem dois ponteiros
uma marca seis
outro quatro
no mostrador
do meu peito
esses ponteiros
me fartam
coração de menino
coração de menino
é um desejo secreto
baú de surpresas
repleto de invenções
- - - - - - - - - - - - - - -
que esse H
minúsculo da História
fique com os grandes
que esse e
maiúsculo da estória
fique comigo
era uma vez
quando penso nessas coisas
velejo pela memória
vou sonhando
de vagar ...
dois tempos
em cima da mesa
o sol é um ovo
ninando seus raios
por dentro da casca
quebrado no chão
o ovo é um sol
molhado de brilho
por fora da casca
perdido
tô perdido
que nem tal passarinho
na gaiola do tempo
- num pio nada!
leilão das coisas
quem dá mais
por um periquito
de bico dourado
e asas de vento
quem dá mais
por uma borboleta
cheia de tretas
colorida de cores
quem dá mais
por um jasmim
só no jardim
inventando coisas
quem dá mais
por um papagaio
com raios de luz
e rabo de sol
quem dá mais
por uma nuvem
nuinha de cores
e de formas tão raras
quem dá mais
por um regato
recatado num canto
e de águas azuis
quem dá mais
pelo papel em branco
cheio de encantos
e de poesia sedento
papagaio no céu
papagaio no céu
pegou carona no vento
e no seu doce contento
saltitou feliz no sol
papagaio no céu
brincou de ser criança
comeu tanto algodão-doce
que encheu a pança de nuvens
papagaio no céu
ficou tão encantado
que se inventou de cometa
pra na noite ser notado
coisa de (in)vento
o vento vinha ventando
brincando de ventania
assoviava e sorria
muito mais do que devia
e feito menino de rua
que na pelada se fia
s'enrolava na poeira
redemoinhos fazia
tentação
o capetinha (coitado)
já não pode descansar
faz tempo que o tadinho
não dorme
tá vermelho prá daná
um bando de anjinhos
(atentados)
só vivem a aprontar
na porta do inferno
(baderna)
cantoria sem parar
batucam samba nas nuvens
ruflam asas pelo ar
lua branca
a lua branca
no céu
arma o seu tecido
de uma leveza
que parece flutuar
é tão clara
que chega
a ser transparente
que dá pra gente
ver são jorge cavalgar
a lua branca
no espaço
é tão formosa
é que nem rosa
desabrochando no ar
é tão redonda
que até
parece um queijo
que da vontade
da gente beliscar
globalização
o mundo que era grandão
ficou bem pitititinho:
se chover no meu quintal
o mundo molha todinho
papagaio
menino na rua
com vento de agosto
da gosto de ver:
cabeça no céu
além do infinito
futrica papel
dor de dente
o rato foi ao dentista
pra dor de dente parar
chegando lá o coitado
mal podia falar
a boca estava inchada
dava dó de espiar
- abra a boca seu ratinho
vamos ver o que quê há
o dentista cheio de cuidados
começou a trabalhar
depois de muito tempo
pôde então se observar
um caroço de azeitona
um bitelo pra daná
estava preso no dente
garradinho no molar
infância
a poeira da rua
o pé na bola
o quintal do vizinho
a goiaba roubada
a água do rio
o corpo molhado
papagaios no vento
liberdade tramada
um fio de sonho
lembrança tecida
passado de infância
lamento perdido
saudade no peito
soluço pingado
menino no tempo
a alma partida
são joão
no céu estrelado
a lua vaidosa
se enfeita bonita
com um broche
dourada
na terra iluminada
a fogueira sapeca
estalando madeira
se faz infinita
chama
saudade
a saudade é um menino
perdido na vida do vento
feito papagaio antigo
que não encontrando abrigo
dá piruetas no tempo
e quando chega agosto
os olhos no seu contento
espiam além da linha
no horizonte do invento
só pra ser criança
outra vez
uma coisa puxa outra
no quintal da fantasia
plantei uma semente
pra semente virar flor
no canteiro da esperança
reguei uma flor
pra flor crescer árvore
nos galhos da certeza
alimentei um tronco
pro tronco ser bem forte
no forte da brincadeira
teci uma gangorra
pra gangorra m'embalar
no embalo desse sonho
balanguei uma criança
só por gosto de inventar
uma coisa puxa outra
no quintal da fantasia
plantei uma semente
pra semente virar flor
no canteiro da esperança
reguei uma flor
pra flor crescer árvore
nos galhos da certeza
alimentei um tronco
pro tronco ser bem forte
no forte da brincadeira
teci uma gangorra
pra gangorra m'embalar
no embalo desse sonho
balanguei uma criança
só por gosto de inventar
O seu jogo de palavras brinca com minhas saudades!
ResponderExcluirParabéns, Beré!
Luiz Fernando Estevam