sábado, 21 de março de 2009

rei topetudo - leão miúdo (texto infantil)

rei topetudo - leão miúdo (texto infantil)
beré lucas - 1987
para o thiago e camila
meus filhos

















onde o tempo era quando
(tic-tac não havia
nem existiam ponteiros
para as horas demarcar)
num verde vestido de mata
de sol todo colorido
de lua tão clareado
vivia um tantão de bichos

dos tamanhos mais diversos
e das formas mais engraçadas
eles eram de coloridos tantos
diversas eram suas falas

era bicho que num acabava mais...

neste verde vestido de mata
clareado pela lua
colorido pelo sol
a paz era tanta
e tanto o encantamento
que a bicharada deitava e rolava
de pernas pro ar

um dia pela manhã
no lago desta floresta
quando água foi beber
o leão dá de testa

com sua imagem refletida
toda dourada de juba

o leão que de legal
e que pra "rei" pouco ligava
vestiu-se de autoridade
que seu rosnar ressoava

- faz isso aqui
esse negócio acolá
tá na hora de dormir
tá na hora de acordar!

- abram alas pro leão
majestade vai passar!

era um coral medonho
de araras a gritar
todas "puxando o saco"
esganiçando ao falar

e o leão então tantão
todo senhor de si
pra cargo de confiança
contratou um bem-te-vi

e foi "um deus nos acuda"
da bicharada assustada
sob os berros do leão
que tudo só comandava

onde a paz era tanta
e tanto o encantamento
descobriu-se com mágoa
na floresta o tormento

da bicharada acuada
todas caladas num canto
sob as garras do leão
que poder já tinha tanto

o macaco e o coelho
de "saco" por entornar
cochicharam no ouvido
"isso vai tê que mudá"

e tiveram uma idéia
pro facho então baixar
do leão autoritário
que só pensava em mandar

quando a lua no céu
presenciando o que via
o macaco e o coelho
mais a comadre cutia
começaram a tramar

um plano todo engraçado
pro leão se estrepar
e perder a testa alta
e a juba abaixar

enquanto o leão dormia
de se estrondar no roncando
o macaco e o coelho
o cabelo foi cortando
do topetudo leão

sureca o pobre leão
(sem nada desconfiar)
no outro dia acordava
e como sempre fazia
começou a ordenar

- faz isso aqui!
esse negócio acolá!

e a bicharada na forra
rolava de gargalhar
vendo o leão sem cabelo
careca ausente de juba

de sério o leão se viu
de palhaço revestido
e quanto mais ordenava
mais provocava riso

e sem entender a graça
da floresta que gargalhava
o leão enfurecido
gritava mais que rosnava

... quando de repente
feito assim de improviso
apareceu numa árvore
o macaco atrevido

vestido de leão
de juba todo pomposo
dando ordens à bicharada
o macaco era um gozo

humilhado o leão
passando a mão na cabeça
foi saindo de fininho
com o rabo entre as pernas

e no verde vestido de floresta
clareado pela lua
colorido pelo sol
a paz voltou tanta
e tanto o encantamento

que a bicharada
(dos tamanhos mais diversos
e das formas mais engraçadas)
voltou a deitar e a rolar

de pernas pro ar...

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