andanças (roteiro poético - fotográfico) - 1990
trabalho fotográfico de ilton viotti e nívea dias
trabalho fotográfico de ilton viotti e nívea dias

1.
espio de longe essa minas
como quem espia o tempo
tecendo sua memória
se remoendo por dentro
2.
quem chega nem percebe
só o coração é que sente
o tempo pulsando forte
vivo e de corpo presente
3.
à direita do meu peito
a ladeira vai guiando
o imprevisto da vida
do tempo se inventando
4.
a vida de bunda de fora
com as calças na mão da menina
é o mistério do tempo
se revigorando tão lindo
5.
o som se perde no tempo
na música é resgatado
ao som de um violino
pela foto registrado
6.
na bateia dessa minas
o sonho vem de pequeno
ralo rio lerdo ouro
no tempo que ando vendo
7.
enquanto o pandeiro repica
em meus ouvidos um tempo
de escravidão renascida
por força do congo que invento
8.
a mão tece no tempo
a bilha pra saciar
a água dessas minas
pra minha sede matar
9.
um pito é feito de palha
a lembrança de sofrimento
os olhos que espiam profundo
são vistas de um outro tempo
10.
e a caneca tece a espera
com o cansaço do tempo
enquanto o corpo doído
espia a vida por dentro
11.
no filtro dessa lida
vou coando minha estória
dessa minas tão antiga
do tempo cheirando à memória
espio de longe essa minas
como quem espia o tempo
tecendo sua memória
se remoendo por dentro
2.
quem chega nem percebe
só o coração é que sente
o tempo pulsando forte
vivo e de corpo presente
3.
à direita do meu peito
a ladeira vai guiando
o imprevisto da vida
do tempo se inventando
4.
a vida de bunda de fora

com as calças na mão da menina
é o mistério do tempo
se revigorando tão lindo
5.
o som se perde no tempo
na música é resgatado
ao som de um violino
pela foto registrado
6.
na bateia dessa minas
o sonho vem de pequeno
ralo rio lerdo ouro
no tempo que ando vendo
7.
enquanto o pandeiro repica
em meus ouvidos um tempo
de escravidão renascida
por força do congo que invento
8.
a mão tece no tempo
a bilha pra saciar
a água dessas minas
pra minha sede matar
9.
um pito é feito de palha
a lembrança de sofrimento
os olhos que espiam profundo
são vistas de um outro tempo
10.
e a caneca tece a espera
com o cansaço do tempo
enquanto o corpo doído
espia a vida por dentro
11.
no filtro dessa lida
vou coando minha estória
dessa minas tão antiga
do tempo cheirando à memória
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