segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O CORAÇÃO DA ÁFRICA É UM TAMBOR

O CORAÇÃO DA ÁFRICA É UM TAMBOR
ALVARENGA, Berenício Lucas (Beré Lucas)



O coração da África é um tambor e, nas mão de Mamour Ba, ele ressoa bonito. Bonito e forte. Latente! É como se a África primitiva despertasse inteira, viva, como um grito tribal que sai das entranhas.
Ver e ouvir... Ouvir e ver... Aguçar os sentidos para sentir a vida e perceber o mundo. Mundo africano. Mundo cheio de magia, revestido de mistérios e sonhos.
A mulher africana, quando grávida, canta. E o tambor do seu coração marca o compasso para nova vida que virá ao mundo. No canto, ela se encanta e embala o rebento. A pulsação do coração marca um ritmo daquele que vai nascer. E o seu canto se espalha solto, cheio de graça e vida.
Mamour Ba é a África. Seu canto e sua maneira de ser são o povo africano. Suas lembranças resgatam essa gente sofrida, mas digna. Um povo marcado por cicatrizes históricas. Povo forte.
O pai canta e o filho responde. Existe diálogo entre a voz do pai e o repique do djemba. Existe uma cumplicidade no relacionamento dos dois: pai e filho, voz e tambor.
De pai para filho, a África brota primitiva, misteriosa e encantadora, porque o coração da África, em Mamour Ba e Cheiky, é um tambor.

Referência:
Oficinas ministradas por Mamour Ba no Curso de Capacitação em História Afro-Brasileira e Africana. Belo Horizonte: Faculdade de Educação / Universidade do Estado de Minas Gerais (FAE / UEMG). 23 e 30 de junho de 2007.

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